(Pense n'eu!)
Tua ausência só me dói de vez em quando:
nos momentos em que lembro a pureza
do sentir tão bruto (breve!) e, com certeza,
nos atalhos dos caminhos em que ando...
(Pois que estive, por amor de ti, doente:
eu andei por becos, nua, embriagada
dos teus olhos, boca, mão, condão de fada...)
Tua ausência mais parece dor de dente!
Os maus dias em que lembro tua falta
incomodam como as luzes da ribalta
fazem mal a quem se mostra em timidez...
Noutras horas sou feliz. É justo assim
que me pego repetindo (só para mim):
tua falta 'inda me dói de quando em vez.