Quando eu morrer

Quando eu morrer, amor, não chores tanto,

Não quero ver teus olhos sem pintura.

Mas fica linda a concentrar tristura

Que eu poderei ouvir teu peito em pranto.

Quando eu partir, enfim, ao campo santo

Com teu candor no meu caixão segura

Sem muita força, como quem pendura

Pedras de ornato sob olhar de encanto.

Depois, ao pé de mim, quando já posto

Na cova funda, não quero em teu rosto

Nenhum resquício de pesar, mas voa...

Voa ao minuto em que nos conhecemos

E por respeito às coisas que vivemos,

Quando eu morrer, querida, me perdoa.

Joaquim Da Luz
Enviado por Alex Olliveira em 15/10/2013
Reeditado em 19/01/2015
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