A Caneta
Da sua ponta escorre a tinta.
De sua tinta faz mistério...
E o que escreve parece tão sério
Que não existem dúvidas que minta
Se as palavras que transcreve
São sinceras e latentes,
Não pode ferir tanta gente,
Que sonha, labuta, se atreve.
Porém, não tem vida própria;
Não pensa, não anda, nem atura;
Tampouco compaixão e ternura.
Quem lhe manipula textos e torturas
E a faz transmitir covardia,
Quem, senão, a mão que a segura!
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