A FLOR
É quando a noite se desveste
do inverno, que espio a praça
da sacada. O frio não tem graça
e desconsidero aragens do leste.
Mais uma vez é noite e não vieste!
Sei. Não era. Nem deveria ser,
ainda que eu te pudesse querer,
num tanto de amar, como me deste
da última vez! Dizem-me: basta!
Mas não me limito à loucura
de te amar. Nada desgasta
a flor nascida dos jardins
que plantei à tua procura,
das esquinas aos confins.
É quando a noite se desveste
do inverno, que espio a praça
da sacada. O frio não tem graça
e desconsidero aragens do leste.
Mais uma vez é noite e não vieste!
Sei. Não era. Nem deveria ser,
ainda que eu te pudesse querer,
num tanto de amar, como me deste
da última vez! Dizem-me: basta!
Mas não me limito à loucura
de te amar. Nada desgasta
a flor nascida dos jardins
que plantei à tua procura,
das esquinas aos confins.