SONHOS RASGADOS
Rasgas sonhos antigos em farrapos
Que não te dizem nada, minha amada,
Que vives esta vida tão tramada
E agora restam velhos fúteis trapos...
Já não te importas mesmo e engulo sapos,
Como sendo as feridas duma armada
Sem defesa, sozinho, na alvorada
Rebentam do meu corpo grandes papos!
E vivo assim ardente desconsolo,
Pela vontade tua que me invocas,
Que não vejo nenhum maior consolo...
E quando este amor pelas nossas bocas
Trocamos, percebi que fui um tolo,
Pois não passaram de enganosas trocas.
Autor : Ângelo Augusto