SOU A AGRICULTURA QUE ESTÁ A SOFRER

É triste à roda de mim esta vida,

Ver a quinta sim, tão abandonada,

Me estão a fazer uma tal partida,

Nos lençóis desta leda madrugada.

S’esfria esta noite. Logo em seguida,

Como uma palma da mão tão desleixada,

A agricultura está assim tão perdida,

E ninguém quer saber mesmo de nada.

Eu sou a chuva que faz muita falta,

Sou o livro triste de toda a malta…

Sou uma flor que quer mesmo viver.

Sou a terra que precisa de muito amor,

Sou o alimento preciso que tem valor,

Sou a agricultura qu’está a sofrer.

LUÍS COSTA

Lamego, 07/08/2005

TÓLU
Enviado por TÓLU em 07/10/2013
Reeditado em 20/07/2016
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