A MÁ SORTE QUE ME CALHA

Ao sonho volta a sede tão antiga

E à confusão a força natural,

E como som de última cantiga

Aos meus ouvidos morte mais rural...

E como o tempo sempre me fustiga,

E como a mágoa ganha por sinal,

E como o amor ardente me castiga,

São a verdade em triste meu final.

Em um regresso intenso de lamento,

Em um pedaço sólido em mortalha,

Que nunca mais me livra deste aumento

De sofrimento, pelo que me falha

E pelo amor que está no sentimento,

Só pode ser má sorte que me calha...

Autor: Ângelo Augusto.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 07/10/2013
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