Ciclos LXX
 
Assim, a minha vida recomeça,
ao fim de cada livro que eu escrevo,
no enlace da poesia, doce enlevo,
que em tudo está pulsante, bem expressa.
 
Em cada canto um verso, uma promessa,
no beija-flor, na rosa, dália, trevo,
nos rios, nas planícies, no relevo,
no ciclo que se acaba ou que começa.
 
Os pássaros retornam aos seus ninhos
ao fim de cada tarde que adormece,
e deixa o céu vermelho, em desalinho.
 
A morte vem, não ouve a nossa prece,
e leva-nos consigo em seus caminhos,
mas poesia fica, não fenece.
 
Brasília, 6 de Outubro de 2013.
Livro: CICLOS, pg. 94
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/10/2013
Reeditado em 12/09/2020
Código do texto: T4514408
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