Dar tempo (Soneto sáfico)

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Devo pensar na minha dor sem fim.

Sonhar que posso ambicionar teu sim,

não quero... Vai! E que esta vida dê,

na dose certa, a solidão do ser.

Quem tem certeza já desiste, foge...

Havendo dúvidas e medo, nossa!

Por que esperar. Sofrendo escárnio, glosa?

Se a vida deve sobejar – sim! – hoje?

Queres mais tempo? Dar-te-ei tempo, então,

a vida inteira. Reflexão, torpor.

Terás de mim tudo e meu nada, mas...

Que seja breve meu sofrer o não.

Que brote, forte, o renovar, sem dor.

Ao renascer, da cicatriz, a paz.

Iguatu-CE, 5 de outubro de 2013.

12h21min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 06/10/2013
Reeditado em 06/10/2013
Código do texto: T4513132
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