Súcubo (II)
Súcubo (II)
Nas noites em que jazo tragado por trevas
a malévola ronda a atentar o meu pudor.
De etérea não há nem mesmo minha sombra,
vem ela e me sonda, mulher d'alma cinérea.
Invade minha carne sem ter um reverbério
que sem impropérios seduz-me ao furor.
Com ardor me devora sem nenhum critério;
Meu temor se rende preso aos seus mistérios.
Aos suspiros exala fortes odores cárneos;
Fátuo fogo nos olhos, um cálice derramado.
Em suas entranhas as chaves dos prazeres.
Refém dos seus negros e lascivos poderes;
Malfazejo apego que me faz dominado
Sem ela a minha alma divaga no vácuo.
Beto Acioli
05/10/2013