Galeões fantasmas
Noites de minha rede de remorsos
tecem novas manhãs sobre o meu grito
tatuando nas auroras do infinito
o calado de mim desses esforços.
Mares são sorvedouros de naufrágios
dos roteiros incertos e distantes,
em que flutuam silêncios navegantes
que afogam as ressacas e os presságios.
As aranhas são pêndulos nas teias
capazes de prender o mais robusto
dos galeões fantasmas das areias.
E já não se resgata a nenhum custo
o lembrar que lateja como veias,
onde ao invés de sangue corre o susto.