SEM CURA...
Emudecido, coração que já não clama,
Enfurecido por tantas coisas que sonhei,
E por deixar me desfazer da chama,
Poucos risos em lágrimas transformei.
Por adentrar em sinuosas tramas,
Em noites que estrelas desprezei,
Espalhar-me sem amor em camas,
Entregue a corpos que não amei.
Este mesmo coração que um dia,
Pulsava-me por teu olhar e podia,
Revelar-se sem medo, em loucura.
Hoje, não pulsa, nem em rebeldia,
Em silêncio demente em que adia,
O fim... Morte que não tem cura.