Dúvida sobre a brisa na face molhada
Não era - nem sonhando! - o que eu queria:
guardar tua lembrança eternamente.
Mas tem meu corpo insone, um demente
que geme e chora - e sonha - noite e dia...
A alma, por mais sábia, se desvia
do vento da memória - forte, quente!
(teu cheiro, no entanto!...) Mas a mente,
por mau costume, inventa poesia:
"As formas do teu (oco) conteúdo
se amoldam, com presteza, ao meu vazio,
que nem o ar em túnel abissal..."
Em verso e rima emito um grito mudo;
evoco outro vento - brando, frio...
(Melhor seria, então, um madrigal?)