O Senhor Absorto ou O Jovem Envelhecido
Com sua crescente ferida incicatrizável
Ele rompe com a dor e se põe a dormitar
Logo, o vento carmesim passa a cintilar
E o sofrimento finalmente se torna afável
Paulatinamente, o senhor, já entrado em anos,
Como sempre sonhou, consegue descansar
Sem lembranças ou necessidade de sonhar
– para todo o sempre – sem pré-fins errôneos
De chofre, copos tintilam por onde a Lua espia,
Por todo o incessante ostracismo de cada dia
Dos que julgam as atitudes alheias...
Ademais, você supõe, mas não compreende
Que, no fim, a desgraça de outra gente
Não nos torna inteligentes!
(Publicado, em 2014, no livro Reflexos da Lua Sobre o Sol)
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