ALMA DOS POETAS
As ruas nuas estão muito descontentes,
As avenidas despidas estão mortas…
As janelas, as varandas, as portas…
As cortinas e as vidas muito ausentes.
Os jardins e as flores e as sementes,
E as terras e os tractores e as noites tortas,
E o Sol e a lua e as estradas absortas…
São uma corda de vento nestas gentes.
As ruas de solidão como um navio triste,
(são rios como barcos de muita ternura…)
Serão sinceros? Serão honestos? Tudo existe?
Noites com sono, dias cansados, nesta tristura,
(do vento que ouve e fala e também as ruas…)
Coitadas, nuas, despidas, descalças, que são tuas!
LUÍS COSTA