TRANSCENDÊNCIA

Tenho em mania abrigar-me no sonho,

pois não suporto fechadas as portas,

ah, quando espanca-me um feito medonho

e atira a sobra em veredas retortas.

Para defesa me amparo em quimeras

e abrando em sopros a fúria das feras;

torno viável, percurso enfadonho,

cuido que o infame se renda tristonho.

Assim refaço, vivaz, a flor morta:

em meus versinhos singelos, bisonhos

para um amor que sereno me espera.

Sempre que em mim o sonhar vem, aporta,

vejo o futuro em semblantes risonhos...

Guardado em sonho, a esperança me impera!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/09/2013
Código do texto: T4504572
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