Ao nada o abraço
Ao nada o abraço
É o abraço ao nada sem ter o mínimo de zelo;
Avante o tempo qualquer glória é debandada;
Das mãos fechadas surde o lodo em desmantelo;
Crua e atribulada é toda vida aos exageros.
Sentar-me à mesa farta ou pobre, desforrada;
Andar descalço sem das pedras sentir medo;
Sair da sombra do teu mísero desespero;
Viver o sossego, uma nova vida sem apegos.
Errante aos passos que destinam-me ao naufrágio;
Arfante um barco que oscilante aos contratempos;
Ondulam os ventos que ante sopram tal presságio.
E ao nada o abraço sem ter o mínimo desespero;
Avante o tempo qualquer glória é o mesmo nada;
De mãos espalmadas surde o lodo em desapego.
Beto Acioli
29/09/2013