Vaidade!
A face aberta a falsear um riso
Juízo esconde a dor que o ego oculta
Numa permuta onde o riso é o peso...
Desprezo à alma... E rir-se. Quanta luta!
Só, somente oculta a dor desse arraso,
Triste riso que a fingidez imputa,
E amputa da felicidade o prazo;
Fez pouco caso do amor... Aguenta,
Ou desiste, não inventa felicidade,
É maldade esse irônico riso louco
Que faz pouco d’ alma. Vaidade!
Ai de ti, caricatura! Ah sufoco!
Se esse amor que a alma pede é impossível,
Não finjas com este riso desprezível.
josérobertopalácio