GANGORRA
Quando eu era uma criança, já faz tempo,
Eu armava gangorra lá nos matos
Eu botava os preás dentro de um saco
Eu os abatia e assava lá na trempe.
Lembro-me das andanças no Mandu
Logo cedo eu estava no terreiro
Chamava-te acendendo o fogareiro
Baladeira ao pescoço era eu e tu.
Certo dia os meus pais foram embora
Mudaram-se para um lugar distante
Hoje tenho saudades de outrora.
Na minha terra nunca mais voltei
Aqui nunca foi como era antes
Gangorra, nunca mais nenhuma armei.