PARA UMA ESPOSA QUE PARTIRA
Partiras, da aventura complacente,
Deixaste ao lar o último segredo,
Fitaste o mundo aberto de repente,
E no aberto mundo deu-se o medo:
E aos lábios te limpavas o outro beijo
Como se existissem em outras bocas
A sensação imunda dos desejos...
Ficaste atordoada, quase louca,
E ouvias te bater na tua porta
O domínio fatal de uma culpa...
Pensaste, o que pensaste?: - O que importa
Se o peso leva ao léu a catapulta?
Querias um amor; estavas morta.
Plantavas outro amor na seara inculta.