DEPOIS DO TEU OLHAR
DEPOIS DO TEU OLHAR
Olhaste-me, olhei, e em mim um vulto
Senti-o adentrar o coração.
Pedia ele paz, dei-lhe o indulto,
(Bebi do vinho doce da paixão.)
Deitou ali, morou, não fez insulto,
Não sabe se o quero, nem se não;
Nem eu não sei se o quero, se o expulso,
Mas sempre lhe dou um pouco do meu pão...
E ainda o carrego no meu peito,
E se me pede eu faço-lhe o favor,
E todos os pedidos eu aceito;
E tanto me judia esse invasor
Que eu já não duvido da suspeita
De que seja, o fantasma, o amor.