Poeira das estrelas
Humana vida, triste existência de alegria efêmera!
Quanto tempo é perdido em pretensiosa vaidade,
Pensando que tudo isso os distanciará da verdade,
Prisioneiros todos nós estamos de iludida quimera.
A maturidade conseguida pela passagem da idade,
Deveria permitir a chance de uma vivência mera,
Algo que se desfaz ao estar sob opulenta câmera;
Para o homem vale mais quem tem maior herdade.
A Teogonia já nos deixava bem alertas sobre isso:
Pluto, a riqueza, como era cego, favorecia a todos,
Homens bons e maus; ora faz altivo ora submisso.
Vê-se os homens não alterando os seus métodos,
Enquanto o tempo a eles é simplesmente omisso,
Geração a geração vivem chafurdados nos lodos.