Moça da Janela
Eram dois em um retrato
e um prato só a mesa
seus sorrisos foram fatos
hoje repletos de tristeza
O tempo passa, voa
entre caminhos esquisitos
e o canto belo ressoa
onde voam os periquitos
E eu passo de fininho
na cruzilhada do futuro
sigo, embora, vou sozinho
em cada lado sobre o muro
Na janela, a lágrima caiu
adeus moça triste
voe deste mundo doentio
para um mundo que não existe
Venha, venha comigo
e te levarei aos sonhos
sou um jovem tão antigo
quanto os monstros mais medonhos
Sou um sonho, nada mais
sou a poesia e sou de prosa
sou quem te dá a paz
de uma vida desastrosa
Adeus, vete ao mundo agora
pois o tempo há de seguir
digo adeus pois vou-me embora
ainda há outro pra fugir
Limpe as lágrimas, donzela
e sorria para o mundo
hoje chove na janela
mas o sol vem em um segundo
Adeus, adeus, adeus...
que os anjos há de cuidar
vou embora por meu Deus
Deus por ti irás olhar