PORQUE DEMORAS...
Mulher, tu delongas, me sinto sôfrego, quando
arbitro em ver-te raiar, num vulto, avante,
teus lábios álgidos, carmim, tremem arfante
mas teus olhares, aos meus, linda, me observa...
céu que desfaz-se ao luar, em ventos frios,
nas ramagens segreda, mimoseando,
enquanto que, com o olhar tenro de amante
pernoito à sombra da noite, esperando-te...
tu não vem, avulta assim a minha ansiedade,
é tempo que não caminha, que me flagela
é o tempo infinito da perpetuidade...
porém tu me aparecerás um dia, como por encanto,
me farei feliz, pensando a crer que igual sorte,
me valerá esperar-te, eternamente, amar-te...
Romulo Marinho