AO DEPOR UM SOL QUE CHORA
Sentado no sofá da minha sala,
Oiço Beethoven a nona Sinfonia
E adoço a vida com toda a gala
No parapeito da minha alegria!
Oiço a voz do vento que não se cala,
E ruir duma árvore de tristeza no dia
Enquanto a chuva triste bem me fala.
Naquela noite o Chopin sentiria!
.
E na estrada da vida vejo o luar
Em sentinela com pássaros de voar
E n’altura um pássaro de aço ao longe!
Voa no céu com cabelos de vento
E eu poeta, o que sou? Me lamento
Vivo no meu cantinho como um monge!
LUÍS COSTA
13/07/2006