VOO SEM ASAS
Inecessárias são as asas ao meu voo...
Eu não preciso de enxergar a fada à sala,
nela acredito sem que tenha de tocá-la...
De que me serve bela voz ao som que entoo?
Tenho, nos dedos, coelho azul nascido no ovo,
que pula, brinca de enfeitar a mente alada
com fantasias de existência ameninada,
fazendo, assim, meu coração sorrir de novo.
Algumas gotas de esperança, mansamente,
vicejam tudo em meu espírito descrente,
quando contemplo inspiração luzir magia.
Ah, quem me dera nunca mais o austero e reto
que acinza o mundo, o espreme em fatos de concreto...
E só viver se alucinado de poesia.