Dois sonetos sertanejos

Reminiscências

Do passado eu recordo a ingratidão

Minha infância meu lar minha família

Inda tenho primeira juvenília

Que eu cantava no velho casarão

Malhadinha querida meu rincão

Um cenário de luta e vigília

Que ficara a rondar como quizília

No meu rústico e triste

Quando a morte matou mamãe querida

A tristeza infestou nossa guarida

Nos deixando na grande solidão

Lendo agora por sorte meus anais

Vejo a foto macabra dos meus pais,

Choro e grito atônito de emoção

Soneto: lembrança íntima

Malhadinha teu nome me fascina

És o fulcro geral da minha história

Eu fiz contigo a minha trajetória

Como a vida macabra determina

Ninguém pôde apagar a minha sina

De menestrel uma arte tão simplória

Minha luta pujante foi sem glória

Contra o rude destino que domina

Quando eu vejo o meu berço solitário

Sinto em mim o peso refratário

Do passado nefando que vivi

Que tristeza viver sem mãe querida

Sem afeto materno e sem guarida

Bem distante do lar onde nasci

Sonetos de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio Agostinho, hoje homem dedicado às letras.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 23/09/2013
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