Hipotermia
Já rotos e desgastados, assim estamos
Naquela imagem, hoje. É até meio fria;
Porém, quanto eu era feliz e me nutria
Do amor nos nossos calejados tálamos.
Como que o passar do tempo nos esfria!
Parece que fomos sempre seres calmos,
Não fomos um do outro doces bálsamos,
Com beijos aquecidos em banho-maria.
Vulcão em forma de cama era uma via,
Para alcançarmos nossas próprias sinas...
A nossa energia térmica que nos movia.
Não há como demonstrar por máquinas
Que entre nós existiu toda essa lascívia,
Quem olha a fotografia vê só as ruínas.