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Trago um dragão tatuado no coração

e sua língua de fogo seca o sangue,

cura feridas vivas com minha paixão

e mistura meu pântano ao mangue.

Trago nos olhos o arremesso do mar

em cordilheiras pesadas, desabando,

labirintos de vento de não abrandar

dores, amores, e o que está cegando.

Trago no centro do abismo, a chuva,

- que faz a floração de toda manhã -

e um vinho da alquimia de uma uva.

Trago a terra úmida do amor sentido

e entre os vãos, uma vermelha maçã,

fenda magenta do pecado proibido...