SONETO DA VELHICE
De pouquinho, os sonhos vão sumindo
Ficam firmes alguns pesadelos
Um a um, os dentes vão caindo
Solidários também os cabelos
De repente, não muito de repente
Artrites. Mão, joelho, cotovelo
Permite-se apenas o chá quente
Evitar cerveja, uísque e gelo
Dependente, frágil, alquebrado
Tempo bom mesmo era a mocidade
Envelhecer é pagar pecado
Um grande mentiroso quem disse:
“Sessenta anos... a melhor idade...”
Apenas conformismo... Tolice