INSATISFAÇÃO
Procuro, persisto, porém não consigo
mover o esqueleto da insatisfação
que traça-me o dia de santa opressão,
coberta rasgada jogada em mendigo.
É tanta vontade de tudo ante a mão!
Um tudo que, doido de fome, persigo
pra ser mais um nada no imenso jazigo
de inúteis conquistas erguido em meu chão.
Em vãos despertares opacos teimando
nas chatas manhãs-passarinhos queimando,
anseio estrelar-me em resposta o céu rubro.
Por que pouquidades e faltas, carências?
O que esteriliza a manentes ausências?
Procuro, persisto, porém não descubro.