Soneto n. 290

NOS OLHOS DAS CRIANÇAS

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Quase tudo (agora) se me afigura
duma
estranheza vil,
desumana,
como se toda a nossa desventura
fosse uma coisa certa e humana.
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Por que será que toda a ventura
fugiu das cartas da moça cigana;
visto que só a ganância e a usura
chegam a nós em triste caravana?
*
Hoje, de quase nada mais me ufano,
posto que, salvo algum mero engano,
tantos choram, poucos são contentes!
*
E com tanta indignidade e mudanças,
a pureza mora apenas nas lembranças
- ou nos olhos das crianças inocentes
.


***
Silvia Regina Costa Lima
18 de outubro de 2012











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SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 16/09/2013
Reeditado em 09/10/2024
Código do texto: T4484649
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