"Olha, Marília, as flautas dos pastores

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali beijando-se os Amores

Incitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folgas a abelhinha pára,

Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que amanhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara".

(Bocage)

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 15/09/2013
Código do texto: T4482814
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