DE TÃO BÔBO...
Não importava-me saber quem ela era,
Nem nunca eu lhe dei muita atenção;
E se algum encanto ela, então, tivera,
Eu confesso, não tive a percepção.
Porém, hoje, vivo eu à sua espera
E quando ela vem, ai, que emoção!
Se não vem, minh’alma se desespera;
Mas se vem, me acelera o coração.
A sua vinda, antes tão indiferente,
Hoje me faz sonhar ansiosamente,
Neste misto de aflição e alegria...
E é fácil entender por que mudei;
O fato é que eu sempre a amei,
Mas antes, de tão bôbo, eu não sabia.