Soneto n° 21
Morreu ontem em meu quintal
Uma formiga de ânsia depressão
Resolvi então chorar e fazer sessão
De seis missas num dueto acidental
Com o padre da capelinha pobre,
Levei o cadáver numa bexiga de mão
Cheia de fitas coloridas para o chão
Senti que deveria enfeitar em nobre
Platina de cristal o tumulo eterno
Da formiga gelada por ter morrido,
Quando cheguei ao casebre materno
Vi o padre lamentando o tal ocorrido
Cheio de dor pela perca do filho materno
Dum luto penoso que nunca tinha vivido