NO DORSO DAS MARÉS...
Habita nos teus ademanes esguios,
tua mélea languidez de absorta timidez,
teus olhares são como rútilos, uma cor, uma tez
de casta estirpe, entre os afetos e presságios...
Flor e suas seivas, coralinas escarlates
nada percebe teus lábios, em realce vivo,
teus cabelos, meus desejos belos e altivos
são como fios de cor ébano na beleza de seu contraste...
Dos oceanos, não sou poeta, contudo acalento
na alma uma insana vaidade, um sonho flano,
um vago sonho sui generis , um momento...
Quiçá, possa eu uma vez, na orla, encantá-la,
amalgamando minha ventura, à sorte tua,
sobre o outeiro espumoso das maresias, beijá-la...
Romulo Marinho