MARCELA CAI DO SEXTO ANDAR

MARCELA CAI DO SEXTO ANDAR

Chegava em casa ao entardecer,

E quase todo dia era assim:

Marcela sempre vinha receber-me

Com um sorriso doce de carmim...

Hoje, porém, limpava a vidraça

Sentada no umbral no sexto andar,

E quando a vi ali me veio um ar

Trazendo-me o prenúncio da desgraça.

E para ela olhei, tive o intuito

De dar-lhe apenas beijos com as mãos,

E ao retribuir-me veio o susto

Despenca ali o amor em rumo ao cão.

Tentei então salvá-la a todo custo...

E amparei seu corpo em minhas mãos.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 13/09/2013
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