MARCELA CAI DO SEXTO ANDAR
MARCELA CAI DO SEXTO ANDAR
Chegava em casa ao entardecer,
E quase todo dia era assim:
Marcela sempre vinha receber-me
Com um sorriso doce de carmim...
Hoje, porém, limpava a vidraça
Sentada no umbral no sexto andar,
E quando a vi ali me veio um ar
Trazendo-me o prenúncio da desgraça.
E para ela olhei, tive o intuito
De dar-lhe apenas beijos com as mãos,
E ao retribuir-me veio o susto
Despenca ali o amor em rumo ao cão.
Tentei então salvá-la a todo custo...
E amparei seu corpo em minhas mãos.