Soneto Sangrento
O ferro fere, sangra pólvora e ferrugem
Enquanto brande inanimado, vorazmente!
E contra o peito dos inimigos que surgem
Investe letal e inconscientemente…
Não quis ser fatal, mas o foi infelizmente!
Mortal pelas mãos que à vingança e ao ódio urgem
Feriu inocente, mas deliberadamente…
Pois ferros não possuem consciência que sujem!
As consciências que o empunham dormem calmas
Como se nada de tão vil tivessem feito;
Levam a vida mas não perdem suas almas!
E se não veem então não julgam, é perfeito;
Quem é que liga pra outras vidas, outros carmas?
Quem são os seus às mãos não importa, já está feito…