Soneto Sangrento

O ferro fere, sangra pólvora e ferrugem

Enquanto brande inanimado, vorazmente!

E contra o peito dos inimigos que surgem

Investe letal e inconscientemente…

Não quis ser fatal, mas o foi infelizmente!

Mortal pelas mãos que à vingança e ao ódio urgem

Feriu inocente, mas deliberadamente…

Pois ferros não possuem consciência que sujem!

As consciências que o empunham dormem calmas

Como se nada de tão vil tivessem feito;

Levam a vida mas não perdem suas almas!

E se não veem então não julgam, é perfeito;

Quem é que liga pra outras vidas, outros carmas?

Quem são os seus às mãos não importa, já está feito…

Anne Dourado
Enviado por Anne Dourado em 13/09/2013
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