ME DEU VONTADE DE FAZER POESIA
Me deu vontade de fazer poesia
Como se eu fosse um simples passarinho
Foi de repente, assim, no meio do dia
Na praça da cidade sem carinho
Nas lojas, os manequins de alma vazia
Pessoas apressadas no caminho
Mas congelei no tempo o dia a dia
E calei inteiramente o burburinho
Ela saiu na voz sem desespero
Atravessou o trânsito engarrafado
os becos, os mercados e o mau-cheiro
E acabou, como acaba o tudo mais
Voltou a cidade com passo apressado
Mas algo resta na beira do cais