Soneto n° 11
Sento-me a mesa peço um gole
Trago num traço de fome a janta
“Com colher cabe mais” e ria a anta
Da minha mulher das rezas demole
Logo a olhei e sai ela me grita - o Zé
-Fica quieta tenho meus trambiques-
Dei três passinhos com tremeliques
No ombro, quem via dizia esse é o Zé.
Vou compra o mundo filha, falava,
Na rua em tom alto de um gozo puro
Puxava a velhinha pra pique e brava
Ganhava tapas mais sempre no agouro
De puxar sorrisos e sambinhas a desbrava
A vida e leva a felicidade como tesouro