Dorme o tempo

Ah! Tempo vil, que tudo desintegra!

Dissolução voraz da vida fraca...

Ah! Tempo vil, que nossa vida ataca!

Carrasco desta folha que me alegra!

Desfolha toda a regra, rasga a regra!

E as vísceras recorta como faca!

A luz, que em relutância fica opaca,

Ao tempo perde a vida e fica negra!

Mas a poesia escorre pelos dedos

E o peito, tendo o amor em seus segundos,

Ignora o tempo e o crepitar das horas.

O tempo guarda em si muitos segredos...

E não resiste aos olhos mais profundos -

Dormindo nos amores das auroras.

10/09/13

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 10/09/2013
Código do texto: T4475639
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