É fato
E quando aparece o sol, logo me esquento
E na pele acendo o que o coração já sente
Num deleite de vida quase não me agüento
Tapo-me a visão, mas tudo ela compreende.
Deito junto às lembranças de mim, reprises
Minh’alma se espreguiça: presente, passado
Vejo saudade que me chama sob marquises
Fazendo com que o meu céu seja estrelado.
E o ato triste entra em cena, não convidado
Pois é condimento que vem o belo aquilatar
Inda deitada sinto um Deus tudo “aquarelar”.
Abro os olhos... E tudo ao meu redor é fato
Vejo uma felicidade que sobressai a tristeza
As oportunidades me instigam sobre a mesa.
Uberlândia MG
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/
*formato de soneto sem métricas
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
A. Caeiro (Fernando Pessoa)