Jogo sujo
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Quando tergiversar, quero que seja assim:
Defeso desamar – desde o início até o fim.
Amarei cada polo – o meu, o seu também.
Posto ser, nossa vida, insondável vintém.
Sou patrono e preposto e meu coração ferve.
Ferve cru quando explode e, sem querer, levita,
dando, à artéria pulsante, a força que exorbita.
Sofra poeta, sofra! A maldição da verve.
O Código condena; a vida diz que não.
Apanho quase sempre – entre tapa e um sermão.
Se prefiro insistir, crendo ter a verdade,
meu delírio tocante, enche-me de maldade.
Quero sobreviver... Sentir e dar prazer!
Se não consigo a dois, prossigo sem você.
Crato-CE, 8 de Setembro de 2013.
16h51min
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