ANJOS DA SOLIDÃO
Faço o voo da águia e cruzo o horizonte
Dos gritos dos valentes e asas ao monte
Alçados versos, mira do amor em páginas
Sóis agudos imensidão, vidros de lágrimas
Pelas folhas espalhadas marcas vermelhas
O refúgio as lembranças, casas sem telhas
No aparto de abraços, as almas abortadas
Pássaros ali perdidos, revoltas de revoadas
Catedrais de praças, vitrais em fragmentos
Anjos da solidão ouvem sinos dos lamentos
E pela porta rústica o verniz das saudades
Nas escadarias de um tempo sem vaidades
Sonhos que saíram dos papéis e realizaram
Ao leito em nuances dança de corpos afins
E por atos de amor em desejos cavalgaram
Cúmplices das rimas entre as obras-primas
Dos oceanos poemas, findados nas pedras
Almas de amores encontros de tantas eras