O Grito do Ipiranga
O GRITO DO IPIRANGA
Maria de Jesus Araújo Carvalho.
Foi ao cair da tarde... Um sol avermelhado
do oeste o céu envolvia, em lindo alaranjado,
um manto ouro e rubi.
Enquanto a brisa leve ao abraçar as flores
Um doce odor lançava. As rosas multicores,
beijava um colibri...
Sobrevoava o campo em gozo e liberdade,
o passaredo belo em pura alacridade.
Harmonioso hino.
Um pequenino rio de águas cristalinas,
o áureo céu retinha e as nuvens purpurinas.
Encanto vespertino!
O meu Brasil exalava a pura adolescência...
Como outras terras, tinha amor à independência.
Suspiro democrático.
Acorrentado sendo às cortes portuguesas,
vinha perdendo, dócil, as glórias e riquezas.
Espírito aristocrático.
E pensativo, Pedro ainda cavalgava.
De Santos vinha exausto e o peito, então, arfava.
Que nobre coração!
O patriota ilustre, em lenta caminhada,
do rio Ipiranga mira a mansa tez dourada.
Natura em mutação.
Um mensageiro surge, assim tão de repente.
Traz ordens lá do Reino. E o príncipe regente
pensa firme e expressivo.
Lê, com emoção, o decreto esnobe. Constrangido,
o coração pulsou-lhe em ritmo desmedido.
Momento decisivo.
D. Pedro, então, irado investe sem demora.
Da independência viu que era chegada a hora,
bastava um gesto seu.
E resoluto, grita erguendo a nobre espada:
_ “Jogai os laços fora! É pela Pátria amada!”
E então o Brasil venceu.
Ó meu Brasil, bendigo e canto em teu louvor,
à liberdade, à paz e à luz, ao justo amor,
pois que de Sul a Norte,
lá do Ipiranga, ouviu-se o brado retumbante
de Pedro ecoar, viril, ardente, altissonante:
“Independência ou Morte!”
***
Maria de Jesus A. Carvalho
Fortaleza, 07/09/2013