::: SONETO I - CIRCO EM CINZAS... :::
Ved'este pó cobrindo-nos a face
de malfazeja máscara de dor,
de modo qu'a morte nos ultrapasse
não sendo mais memória do terror?
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É torpe réstia dos rastros humanos,
cantil de secas águas d'esperanças.
Este pó, qu'em taças, hoje brindamos
é da desumanização possança.
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É pó putrefato do desemprego,
veste na juventude desapego
e rouba da noss'alma o coração.
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É política e homem sem sentido,
É povo na mão de velho partido...
São cinzas que cremaram a nação.
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*Soneto Decassílabo.
Revisão de Mei Hua Soares.