O FANTASMA

Quando morreu, nenhuma escuridão

no céu – não era santo; menos ainda

fez calar algum mito, ou mesmo um cão.

Quando morreu era uma tarde linda.

E quem o viu passar, mesmo que não

fosse para entender sua alma infinda

e absurdamente infindo o coração?

Quem disse que sua alma foi bem vinda?

Ele passou... Mas quem o viu passar?

Passou como um fantasma, mesmo sem

ter ainda passado ao bom lugar...

Passou como a quimera de si mesmo,

sem deixar nenhum rastro, nenhum bem

que não fosse o seu canto esparso e a esmo.

Kleiton Muniz
Enviado por Kleiton Muniz em 06/09/2013
Código do texto: T4469009
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