Soneto da tristeza
Hoje a tristeza resolveu me abraçar
Como um cobertor frio e molhado
Um filho sem pai e sem mãe ao lado
Sem ter com quem conversar
Ela não quer me deixar mostrar os dentes
Permaneço calado banguela sem boca
E olho pra minha alegria e vejo-a na forca
E minha garganta fica o amargor de aguardente
O triste é saber que a tristeza
Trás nuvens escuras e chuva fina
Teimosa e insistente serpente
Mas ela não é realeza
E com certeza não é minha sina
Hoje de repente ela é a dona da minha mente