Sem se saber espiada
Eu gosto de olhar para ela de soslaio
Livre, seu gestual que me prende
Esgueira-se ela, sem haver ensaio
Fogo fátuo, espontaneamente
Arde, pois carrega genes da fogueira
E gosto de olhar de forma sorrateira
Lúdica, ela infiltra-se de forma invasiva
Em movimentos livres ela se faz precisa
Furtiva ela dança tal qual uma sombra
Agita-se conforme lhe despejam luz
Nem sempre afeita à prece ou a cruz
É a imagem de uma árvore ao vento
E eu, tal qual um menino cata-vento
Furto e giro com ela a cada movimento