UM REGO SOBRE A PEDRA
Ainda lembro aquele rego pardo
Descendo sobre a pedra sutil nuança
Aquela água fluindo lá do barro
Aquele leito outrora uma criança.
Entre fendas descia inundando o rego
Sob a pedra o vapor junto ao respingo
Silhueta matutina, o branco e negro,
Como um poeta, o deslumbre interagindo.
Quão belo o murmúrio sobre o outeiro
Profusão de animais, o aconchego,
O espelho lá da pedra, a luz do rego.
Em minh´alma ó lembrança alvissareira
Gravado neste peito foi apego
Saudades lá da pedra e do rego.